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Mostrando postagens de agosto, 2014

Todos os vícios são químicos

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A nível de fisiologia cerebral, não há diferença entre vícios. Seja cocaína, comida ou seriados de TV: em dimensão química, de plasticidade sináptica, ambos possuem as mesmas consequências. Em todo caso se trata de aumentar o evento de sensibilização de neurônios das mesmas regiões cerebrais. Seja como for, ainda há prejuízos sistêmicos importantes por parte da toxicidade de drogas exógenas, isso parece evidente (apesar de vícios alimentares também ter isso, por exemplo). O que eu não sei responder ainda é qual dos dois tipos de vícios possuem o pior prejuízo social/cognitivo. Algo me diz que, ao fim e ao cabo, um viciado em haxixe não pode ser pior que um viciado em novelas ou seriados. Tão como pessoas devorando ferozmente alimentos gordurosos em fast-foods, pelo menos pra mim que sou de família católica, lembra a insaciedade que um crackeiro demonstra ao acender uma pedra. Também observo a face de completo nojo que me direcionam ao eu acender um cigarro. Isso tudo é eng

Pode-se ser anticapitalista e comprar o que bem quiser (Parte 1)

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Pode-se ser anticapitalista e comprar o que bem quiser. Foi por conta de um raciocínio habitual falso que isso se tornou uma contradição. O capitalismo subsiste pelo braço do trabalhador, que constitui sua base real e sólida, ou seja, sua "força de produção". Já o sistema como tal é, muito antes, um conjunto de convenções abstratas, filtros de créditos, juros, acordos de papel, hierarquias jurídicas estabelecidas, ou seja, elementos virtuais ou hipóstases que subjugam forças materiais ao seu favor. O mesmo se passa com a mercadoria, que longe de constituir a essência  da estrutura de produção, é apenas o epifenômeno da mesma. Sendo assim, em campo concreto, tudo o que seria proveniente do capitalismo é, na verdade, proveniente da esfera real de produção, isto é, do próprio operário. Ao trabalhador tudo pertence: quem produziu a mercadoria tem, pela lógica natural do mundo, todo o direito sobre ela. Ao burguês parece não bastar explorar a mão-de-obra e ter um si