Barry Smith: o encontro de mentes na comunicação (ou o otimismo de uma experiência intersubjetiva)
Por Benilson Nunes Há muito, em filosofia da linguagem, assumimos que o entendimento da fala se dá pela decodificação, por parte do ouvinte, dos sons produzidos por um falante. Há um momento sintático, ou auditivo, importante da comunicação para se tornar possível a compreensão semântica. Escuta-se sons e sentenças organizadas para entendê-las. Nesse caso, escutamos não uma pessoa, mas um som ou frase. Este som ou frase, certamente, deve estar articulado dentro de uma língua e, assim, naturalmente, pressupomos. Logo, há o entendimento de que a comunicação se dá entre falas apropriadamente organizadas, e não, essencialmente, entre sujeitos. Isso significa, em última instância, que não são pessoas que comunicam, mas sim discursos. Esse raciocínio parece razoável se considerarmos que há “falas” que não são emitidas por algo que denominaríamos como pessoa. Um computador, por exemplo, e assumindo que computadores não são pessoas, poderia emitir sons articulados dentro de uma