O Jurista e seu Disfarce
No profissão reporter da Globo, a jurista de meio-mestrado e enfeitada com cristianismo três-quartos diz: "...se todas as pessoas que estão em completo desamparo estatal e, portanto, em pobreza obrigatória, começarem a se apropriar do patrimônio alheio viveríamos em uma verdadeira anarquia." A insistência histórica em falar de "anarquia" em sentido aterrorizantemente negativo é uma tendência fantasiosa de querer que as aparências continuem vigorando para exercício de uma ordem particular, arbitrária. Isto é, a tal "anarquia" é um fenômeno, desde sempre, iminente , pois representa nada menos que as consequências diretas das contradições sociais que o Iluminismo, paradoxalmente, visava erradicar. A lei, o policiamento, a moralidade fundada no "amor" , em suma, o Estado - e a pobre coitada da jurista que acha que o Estado não é ela - serve, portanto, para silenciar impulsos perfeitamente naturais de exerção de poder concreto (falo de for