Teoria Metodológica dos Mecanismos Neurobiológicos: deve a biologia compreender a vida e cérebro como mecanismo? Entre Kandel, Schwartz, Machamer e Craver.
Desde a metade do último século, em virtude de importantes inovações teóricas e tecnológicas, as neurociências vêm ganhando notável poder de explicação. Como consequência, a psicologia, que outrora se sustentava em conceitos fundamentalmente introspectivos, passou a receber contribuições massivas de descrições causais do próprio tecido nervoso. Para tanto, e inicialmente, a neurociência contou com o valioso impulso da biologia molecular desenvolvida em meados do último século − ver, por exemplo, Watson e Crick (1953) − e, posteriormente, a partir dos anos 70 e 80, das tecnologias de neuroimagem. Aqui vale citar o surgimento da Ressonância Magnética Funcional (fMRI) (MADUREIRA et al., 2010, p. 13) que permitiu e permite visualizar, relativamente a imagens, o cérebro em seu contínuo funcionamento. Outro momento do final do último século que podemos destacar vem logo em seguida: se trata da “explosão” neurocientífica dos anos 90. Esta década nos Estados Unidos da América, não por ac