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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Teoria Metodológica dos Mecanismos Neurobiológicos: deve a biologia compreender a vida e cérebro como mecanismo? Entre Kandel, Schwartz, Machamer e Craver.

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Desde a metade do último século, em virtude de importantes inovações teóricas e tecnológicas, as neurociências vêm ganhando notável poder de explicação. Como consequência, a psicologia, que outrora se sustentava em conceitos fundamentalmente introspectivos, passou a receber contribuições massivas de descrições causais do próprio tecido nervoso. Para tanto, e inicialmente, a neurociência contou com o valioso impulso da biologia molecular desenvolvida em meados do último século − ver, por exemplo, Watson e Crick (1953) − e, posteriormente, a partir dos anos 70 e 80, das tecnologias de neuroimagem. Aqui vale citar o surgimento da Ressonância Magnética Funcional (fMRI) (MADUREIRA et al., 2010, p. 13) que permitiu e permite visualizar, relativamente a imagens, o cérebro em seu contínuo funcionamento. Outro momento do final do último século que podemos destacar vem logo em seguida: se trata da “explosão” neurocientífica dos anos 90. Esta década nos Estados Unidos da América, não por ac

O Conceito de Normatividade Biológica

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Muitos anos se passaram desde a teoria darwiniana de seleção natural. Até então se compreendia os organismos vivos como agentes passivos no processo evolutivo, ou seja, não era em função de disposições ativas destes organismos que se dava a evolução, mas sim a partir de variabilidades genéticas inerentes aos organismos que, ao acaso, eram selecionadas pelo meio. Muitos anos depois um profundo estudo acerca dos conceitos de normal e patológico, contudo, foi capaz de revelar novas instâncias do reino biológico, uma instância que afirma uma originalidade viva e dinâmica, resgatando o caráter ativo que os organismos vivos possuem com o seu meio. Tal é o tema da tese de doutorado em medicina de Georges Canguilhem de 1943, que ficou intitulada como “Ensaio sobre alguns problemas relativos ao normal e ao patológico” (CANGUILHEM, 2014) . Neste trabalho, a partir de uma historiografia médica dos problemas propostos, Canguilhem desenvolve o conceito de normatividade biológica , que por veze