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Mostrando postagens de janeiro, 2016

Introdução à Introdução da Fenomenologia do Espírito de Hegel

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Acompanhar o movimento textual que Hegel opera na Introdução da Fenomenologia constitui tarefa suficientemente difícil para um primeiro contato com o texto. Mais difícil seria, portanto, extrair de lá, de forma sistemática, as motivações, os objetivos, o método e o significado filosófico da noção de dialética que percorre o texto. Mesmo Hyppolite (2008), em seu reconhecido trabalho sobre a Fenomenologia, escolhe não acompanhar com rigor o movimento textual próprio da Introdução. Em vez disso, apela para uma sistemática menos exegética e mais panorâmica. Mesmo assim, o texto-comentário de Hyppolite não parecerá tão esclarecedor para leitores iniciantes de Hegel. Provavelmente isso ocorra em virtude da economia dialética na própria gênese textual da Introdução. Logo, quem procura encontrar os elementos da dialética hegeliana no início da Fenomenologia  acaba percebendo-se diante de outro esforço: enfrentar a dialética inerente na ordenação dos próprios parágrafos. Tendo supera

Pode-se ser anticapitalista e comprar o que bem quiser (Parte 2)

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E quanto ao "fetichismo da mercadoria" contida na última sessão do primeiro capítulo do Capital de Marx? Agora sim podemos falar na terminologia estritamente marxiana. E é de cair de rir que toda vez que alguém utiliza esse argumento comprova que nunca, sequer, leu o primeiro capítulo da obra. Vamos explicar: Defensores do capital que não usufruem do capital dos meios de produção costumam responder, ao estar diante do argumento da força de produção*, que, ainda assim, Marx sublinha um certo ponto no início do Capital que poderia colocar um anticapitalista em contradição. A questão - muito importante - sublinhada por Marx é sobre "o fetichismo da mercadoria e o seu segredo". Esta sessão, ao contrário do que liberais de internet afirmam, não fala absolutamente nada sobre uma certa sedução  pelo objeto físico da mercadoria. É importante dizer que sedução e fetiche são coisas diversas no debate acadêmico da filosofia desde sempre. A sessão, na verdade, tra