Bergson e a temporalidade psíquica
Por Benilson Nunes Bergson, em seus primeiros trabalhos, particularmente no Ensaio sobre os dados imediatos da consciência , reservou a duração, e o seu caráter movente e unificado, apenas à consciência. Assim, ele distinguiu o aspecto dinâmico e fluido da experiência do aspecto estático do reino físico. Foi apenas posteriormente, em Matéria e memória , que essa distinção de tipo dualista foi desfeita e Bergson passou a adotar um monismo — mais especificamente, um monismo de tipo pampsiquista. Daí em diante, “duração” passou a designar algo que permeia todo o universo: a dimensão durativa da realidade seria, por assim dizer, o “bloco de construção”, bem como a força motora, de toda a realidade. Logo, o referente de “duração” não diria mais respeito apenas à consciência, mas também diria respeito, fundamentalmente, a tudo o que existe. Mas o que é a duração ou a dimensão durativa da realidade? É aquilo que, segundo Bergson, melhor caracteriza a experiência consciente: a sua