Terrorismo Filosófico
Leon Czolgosz, libertário ilegalista do final do século XIX. Aos 28 anos, no dia 6 de setembro de 1901 com um revolver calibre 32 ele ficou mundialmente famoso com o assassinato do Presidente dos EUA Willian McKinley. De uma família imigrante Polonesa nasceu em Detroit em 1873, e foi executado na cadeira elétrica em 1901 na Prisão Auburn, Nova Iorque. Tornando-se herói e sendo até endeusificado entre militantes de variadas ideologias anti-capitalista espalhadas pelo mundo.
Não só Czolgosz mas também muitos anarquistas Ilegalistas também conhecidos como anarquistas Individualistas e, de uma forma mais pejorativa, anarco-terroristas praticaram bombardeios, regicídios*, e ações-diretas violentas contra o estado e corporações no final do século XIX e início do século XX, como o assassinato do rei da Itália Humberto I pelo anarquista ítalo-americano Gaetano Bresci. Tal época era marcada por opressões violentas e chacinas do estado contra manifestantes em todo o mundo. Criando um ambiente de tensão e conflitos, que muitas vezes caiam nas mãos de libertários extremistas como os anarco-terroristas.
Uma citação que Gaetano Bresci fez enquanto vivo ficou famosa: - "Não matei Humberto, eu matei o rei, eu matei um princípio". As últimas palavras de Czolgosz antes de ser executado foram: - "Eu matei o presidente porque ela era o inimigo da boa gente, dos trabalhadores. Não sinto remorso pelo meu crime.". Estas palavras podem ser melhor entendidas se considerarmos a era em que viveram. A idéia do liberalismo já estava se difundindo pelo mundo e iria ter seu auge pouco antes do Crash da Bolsa de Nova Iorque em 1929. Tal idéia, da mão invisível gerou intensa desigualdade social, marcada em miséria, fome e revoltas. Mas até onde atitudes violentas por justiça poderiam ser consideradas como heroismo?
O que sabe-se é que, indiretamente, um estado despotista ou não, quando é doutrinado por idéias capitalistas acaba gerando mortes por fome, doenças e guerras. Talvez, pode-se até chegar a falar de "Assassinato Indireto" feitos por políticos de todo o parlamento. Apesar de o estado hoje falar tanto em democracia sabe-se, por conhecimento e análise, que indiretamente tal sistema de "democracia não-direta" ataca aos direitos humanos e à integridade social. Então, considerando o "assassinato indireto" de políticos, pode-se condená-los a morte independente da constituição? Ou seja, uma punição legítima para desestabilizar o estado e alertá-los de forma extrema dos problemas sociais e de seus "assassinatos indiretos" que mata com a miséria?
Muitos pensadores alegam que o assassinato consciente, com fins coletivos, ausentando inocentes de tal atentado é de suma importância para a integridade social. Outros caracterizam isto apenas como "terrorismo", e difamam tais grupos ativistas simpatizantes do niilismo anarquista, que usa da violência para o protesto. Na época dos grandes regicídios houve até uma suposição de uma conspiração anarquista chamada Internacional Negra que planejava uma demoníaca revolução por meios de genocídios dos opositores da esquerda, tal conspiração é bem provável nunca ter existido, e serviu apenas como forma da mídia corporativa denegrir e icentivar a perseguição de ativistas.
Deixo como reflexão o apelo do anarquista francês Auguste Vaillant durante o seu julgamento que o senteciaria a morte por explodir uma bomba dentro da câmara dos deputados da França em 1893:
" Eu vi o capital vindo, como um vampiro, pronto para sugar a última gota de sangue de párias desafortunados. Então voltei a França onde estava a mim reservado ver minha família sofrer arduamente. Esta foi a última gota no copo da minha tristeza. Cansado de levar esta vida de sofrimento e covardia eu carreguei esta bomba até aqueles que são os principais responsáveis pela miséria social. " - Auguste Vaillant
*Regicídio: Assassinato de reis, príncipes, presidentes e demais regentes.
- B.S.N.Crowley
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Comentários
E o mais terrível é que essas leis são feitas justamente para reprimir as manifestações do povo contra as atrocidades dos governos. Ou seja, ninguém explode um parlamento ou mata um presidente só porque estava entediado. Sempre há uma razão.
Abraço, Beny Boy
bacana o texto o/
Colocando mais uma observação:
Tais leis, considerando por exemplo a constituição pós-ditadura do Brasil estão repletas de cláusulas que privilegiam as escuras o sistema de exclusão social.
Afinal esta mesma constituição foi feita para presentiar o novo bebê capitalista do mundo: O Neo-liberalismo e ultraglobalização da década de 90.
Ótimas observações Marco!
Grato pela atenção,
- B.S.N.C.
Mas concordo com a observaçao do marco.
Então, esta vertente ativista de ação direta no final do séc. XIX e início do século XX estava muito bem estruturada. Você pode confirmar isto com uma pesquisa simples no google por grupos anarquistas espanhóis, franceses e italianos. Eram grupos hiper organizados e intelectuais, tinha de ser bem sagazes para que as autoridades não os descobrissem.
As atitudes violentas cometidas não só foram eficazes como "propagandas pelo ato" como também serviu de alicerce para as futuras revoluções socialistas do séc. XX.
Tais ações-diretas regicídas também marcaram o rompimento de medo e submissão ao estado. Antes, depois da revolução francesa, não se ouvia mais falar em protestos, ativismo e militância. Toda a onda de extremismo encorajou todo o mundo para a militância de todo o século que veio.
Consegui justificar Carlota?
Esteja a vontade pra se desejar rebater.
- B.S.N.C.
Abraço mlq!
Vou postar hoje mesmo!
Abraço velho,
- B.S.N.C.