O Anarquista "Sem Poréns"

De uma dada perspectiva, tudo pode parecer simples: a Verdade é um sintoma, ou melhor, efeito de uma causa mascarada, a saber, "o tornar" uma visão de mundo - necessariamente tendenciosa - a totalidade da realidade. Ou melhor, é sempre mais confortável e menos angustiante erguer ao alto fetiches abstratos supostamente "bonitinhos" para encobrir os mórbidos interesses que governam a realidade concreta. Esta sempre negada durante a história humana, seja por medo, seja por poder. Em nome de que? de mais e mais fantasmas que se passam por "seres" concretos e que, ingenuamente, deixamos se tratar de nós mesmos. Estes seres, fantasiosos, por vezes chamados de conceitos, por outras de espírito e, ainda, idéia, tendem sempre a serem internalizados, de tal maneira que pareçam internalizados fisiologicamente. Também se apresentam com uma certa aparência, talvez, sólida, necessária, como "razões de viver". De qualquer forma, algo de comum pode ser percebido entre todos estes fantasmas, esse comum somente possível de percepção por uma perspectiva que forçamo-nos, incessantemente, a negar: somos, antes de qualquer ovelha, lobos famintos, ou ainda: antes filhos do Diabo, que filhos de Deus. Deus, ou melhor, os ideais morais, sabem muito bem disso. Tanto sabem, que não exitam em tramar todas as artimanhas possíveis para driblar nossa natureza: aqui nasce a lei.

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